Atividades

1. Diagnóstico

Nesta fase inicial do projeto é muito importante recolher informação no terreno, quer sobre como está a disciplina de Cidadania a ser implementada nas escolas, nos níveis de ensino visados pelo projeto, mas também que experiências e desafios enfrentam professores e alunos na vivência escolar em pleno Século XXI.

Em Portugal e Grécia, nem sempre a Cidadania é uma disciplina isolada mas sim introduzida no âmbito de outras disciplinas ou trabalhada em projetos transdisciplinares.

Especificamente, queremos responder às seguintes questões:

  • O que sabem as crianças sobre cidadania (ativa), participação democrática e pluridade cultural?
  • Que importância atribuem os professores à introdução destes conteúdos junto dos alunos e o que pensam sobre a forma como tais conteúdos estão a ser introduzidos?
  • Que metodologias estão a ser utilizadas na Educação para a Cidadania?
  • Que importância atribuem professores e alunos à Educação Emocional?
  • Que desafios e experiências vivem os professores na facilitação do currículo escolar em turmas de 24 a 28 alunos? Que mudanças gostariam de ver?
  • Que desafios e experiências vivem os alunos na escola como um todo? Que mudanças gostariam de ver?

Este diagnóstico será realizado junto de professores (por questionário) e alunos (através de dinâmicas). Nessas dinâmicas serão observadas as suas atitudes, respostas e nível de participação a determinadas questões e cenários hipotéticos que serão colocados.

A sessão de diagnóstico tem a duração ideal de 90 minutos e é composta pelos seguintes momentos:

  1. Apresentação
  2. Dinâmica de quebra-gelo
  3. Dinâmica sobre conceitos relacionados com Cidadania e Educação Emocional
  4. Fórum de discussão sobre a vivência escolar e sugestões para a sua melhoria
  5. Encerramento

Grupo-alvo: alunos do 3º ao 6º ano e seus professores titulares ou de Cidadania

2. Co-criação de oficinas de Cidadania com os professores

Esta atividade é um momento crucial onde os professores são ativamente envolvidos no desenho de sessões educativas assentes em metodologias mais dinâmicas e participadas por parte dos alunos, que se tornam os protagonistas no processo de aprendizagem.

É importante enfatizar a importância da escuta ativa, envolvimento e cooperação que se deverão estabelecer entre o facilitador do projeto e o professor, numa colaboração horizontal.

Os passos da co-criação das três oficinas são:

  1. Com base na lista de temas a abordar segundo a Estratégia Nacional de Educação para a Cidadania, o professor escolherá sub-temas que deseje abordar, incluindo nessa decisão o perfil da turma visada;
  2. Ao professor será fornecida informação sobre algumas metodologias e técnicas de ensino-aprendizagem mais dinâmicas e participativas de modo a despoletar a imaginação do professor que, juntamente com o facilitador do projeto, irá criar a atividade para levar à turma;
  3. Construção de um pequeno guia para facilitação da oficina contendo o tema, os valores subjacentes, as competências que se pretendem desenvolver (segundo o Perfil dos Alunos à saída do Ensino Obrigatório), a descrição da atividade, facts sheet, notícias relacionadas, glossário, etc., que apoiarão professor e facilitador na realização da oficina.

Grupo-alvo: professores titulares ou de Cidadania das turmas participantes

3. Implementação das oficinas

Cada turma participante beneficiará de três oficinas, em que cada oficina aborda um dos seguintes macro-temas:

  • Educação emocional
  • Participação democrática e cidadania ativa
  • Direitos Humanos, diversidade e inclusão

As oficinas basear-se-ão em exercícios práticos como role-playing, debates e jogos em que as crianças deverão: 1) desconstruir pensamentos preconceituosos; 2) colocar-se “na pele do outro”; 3) reflectir; 4) construir soluções em grupo. Este sistema será a estrutura comum a todas as oficinas, que se pretende que sejam momentos onde as crianças se escutem ativamente, validem formas diferentes de pensar, reflitam na complexidade das situações e cooperem na procura de soluções.

Uma das principais referências das oficinas é o “Compass – Manual de Educação para os Direitos Humanos com Jovens”, do Conselho da Europa.

Outra técnica que tencionamos usar é o teatro-fórum.

O que é o teatro-fórum?

É um método político-teatral que derivou do Teatro do Oprimido, criado na década de 70, pelo encenador e dramaturgo brasileiro Augusto Boal, inicialmente no Brasil em contexto de ditadura, e mais tarde trazido para a Europa, durante o seu exílio neste continente.

O Teatro do Oprimido foi criado a com base no livro “Pedagogia do Oprimido” (1974), do educador e teórico Paulo Freire, também ele brasileiro.

Esta técnica devolve ao indivíduo a capacidade de, simultaneamente, ser observador crítico e de ativamente mudar a realidade. É um tipo de teatro transformador, que não apresenta um final fechado mas sim que desafia a audiência com um dilema que os espetadores deverão discutir e, sobretudo, transformar. O espetador torna-se “espectator” e é convidado a ir para o palco e atuar de modo a tentar solucionar o problema apresentado. Esta técnica é atualmente usada em centenas de países com fins educativos, sociais e políticos.

Grupo-alvo: alunos do 3º ao 6º ano e seus professores titulares ou de Cidadania

4. Mobilidade Portugal/Grécia

O objetivo desta atividade é a partilha de experiências e conhecimento e observar a implementação prática do projeto pela organização parceira.

Para esta atividade, dois profissionais de cada país irão visitar-se à vez durante a implementação do projeto no terreno. Desta forma poderão observar e aprender com as práticas e metodologias que estarão a ser aplicadas nas oficinas nas escolas. Será, também, uma oportunidade para consolidar a cooperação entre os dois países. É nossa intenção desenvolver o espírito de pertença europeia, com os seus princípios de unidade e diversidade.

Grupo-alvo: facilitadores/técnicos do projeto

5. Disseminação de boas práticas & construção de redes de cooperação

Como o faremos durante o projeto?

  • Serão disseminados artigos e notícias relacionados com boas práticas nas áreas da educação, direitos humanos, participação democrática, etc. nas redes sociais dos parceiros.

Como o faremos no final projeto?

  • Será produzido um artigo de Boas Práticas na Educação para a Cidadania, sobre o projeto e os seus resultados, que será divulgado pelos websites e redes sociais dos parceiros, plataformas europeias de educação e juventude e enviado para organizações governamentais e não-governamentais que trabalhem nas áreas de educação, direitos humanos, participação democrática, investigação, políticas públicas, entre outras;
  • Baseado nas oficinas criadas, será criado um toolkit com ferramentas práticas para educadores utilizarem com grupos dentro e fora da sala de aula. Esse toolkit será colocado gratuitamente à disposição neste site e em plataformas europeias de educação e juventude.
  • Será realizada um evento final, aberto ao público, para apresentação dos resultados do projeto e fomento de redes de colaboração.

Grupo-alvo: professores, outros profissionais do setor da educação e público em geral.